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Relato - Diário de Jornada - Iparunu - Por Thaís Silvestre

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Mensagem por Thaís Ter Ago 29, 2017 5:39 pm

O Mercado Estranho

AAAhh, pelo Kraken!!!! Essa Fronteira só pode estar de brincadeira! Aliás, até esse nome me parece algum tipo de trocadilho de mal gosto na prisão que eu estou. Me encontro.  Me sinto. Ah, sei lá.

Há algumas mudanças por aqui após meditar e recuperar alguma energia, novas coisas surgiram, algumas pessoas não estavam mais lá, outras apareceram. Porque isso aconteceu? Não sei… mas a Fronteira estava diferente.

Sem muito esforço logo avistei uma Palma Branca. Parecia uma mensagem vinda diretamente de Yemanjá. A palma é símbolo da deusa das águas e representação maior de sua unidade. Todas as Águas são Uma àgua. Junto da Palma o grito de Isís  e o prenúncio do que viria a seguir. É claro, eu imaginei que o Azul Profundo tinha simplesmente evaporado (Reparem que essa expressão é um pouco mais forte do que vocês possam imaginar…). Mas não é bem assim. Começamos a ser atacados por tritões. Piranhas me mordam!!! É claro que eles estão atrás de mim. Felizmente as pessoas parecem que entendem a truta com a Ísis e aos poucos fui esclarecendo a situação.


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Iparunu na tenda de Nicodemus.

Encontrei em uma tenda o sonho da Iparunu em uma pequena mesa cheia de vidrinhos, moedas e coisas lindas! Era Nicodemos artigos incomuns! Dentre tantas coisinhas fiquei com uma estrelinha dourada com 7 pontas!! Abri mão do papel mais bonito que tinha, não sei se foi um bom negócio. Mas era isso ou uma memória permanentemente, peixinho, se eu tivesse uma alma talvez eu até cogitasse isso. Nicodemos está em busca de uma biblioteca (de livros em branco) e se dispôs a ajudar com Ísis. Embora ainda não tenha resolvido sobre ela… Outra crise, escreverei em breve. Preciso ter cautela sobre o que falar com ele pois não entende a importância de algumas situações, como o que pedi de Ariel. Uma surpresa para mim, afinal ele deve fazer coisas realmente piores para conseguir o tipo de produtos que vende. Não acredito que mais gente, além da tola da Ariel, iria escolher morrer pelo príncipe baiacu.

    Outra tola é a Abril. Enquanto eu me escondia no Santuário de Luna dos tritões pude observar muitas coisas acontecendo. Uma delas foi o Capa Azul. Contou-me uma história de como ficou em coma por 10 anos ( isso quer dizer muuuuuito, muuuuuito tempo para ele) e agora só queria sair da Fronteira para vingar-se de quem fez isso. Bom, ele encontrou um coral de confusão por lá até mesmo com Abril. Depois de atacá-la, ela ainda o trás para ser curado!!!!!!! Ah, não, não, não… em um Santuário não há muito o que se possa fazer, eu e Carcará o deixamos amarrado. Soube mais tarde que alguém o havia matado, não sei se ficou aliviada ou assustada.

    Ouvi falar pelo corvo de um lugar que não existe água, porém sei que esse tipo de coisa simplesmente não existe. Um pedido de ajuda aleatório me fez refletir… Ao buscar um seixo no rio com Araglas eu percebi que eu não poderia me afastar da água.  Sei que deveria ser óbvio, mas… o Azul Profundo possuía uma governante traiçoeira, mas ainda assim uma governante. Isis ficou aprisionada e o Azul Profundo entregue ao caos. Enviados pelo Uno estavam atacacando o lugar que prezo. Comecei a pensar se Isis não foi obrigada a aceitar aquele acordo com o Uno. Nesse caso, abrir a Fronteira era realmente o melhor caminho, pois eu tinha poder para fazer essa escolha e ela não. Embora ela parecesse e ainda parece  realmente acreditar que somente se sujeitando ao Uno seria possível salvar o Azul Profundo. Nenhuma líder do Azul Profundo deveria se rebaixar a isso.



De águas salgadas mansas                                                                                                  Que mergulham dentro de mim
  Bom, esse grupo de tritões insiste em invadir a Fronteira e eu sei que eles estão atrás de mim. Muitas pessoas se dispõe a enfrentá-los e com a ajuda de Luna e Cleo eu me escondo enquanto Nola leva o meu colar e diz que também pode ajudar. Nola tem alguns truques na manga e foi num momento posterior de necessidade e insegurança que ela ajudou mais e me fez refletir em algumas coisas confusas nessa história. Volto nisso em breve. Em um ataque próximo cansei de ficar na concha e fui ter com o tal tritão. Acontece que eles querem Isís de volta e a bem de verdade talvez por hora isso seja realmente necessário então eu me disponho a resolver essa truta aí. Nessa hora Surge uma carta de dois de paus. Eu não pensei muito. Tem muitas coisas a serem feitas, mas ali fui egoísta. Eu desejei Iparunu, águas mansas. Eu me nomeei em língua comum para a Fronteira e por um momento eu existi além de mim mesma. Senti o lugar vibrar com uma vida selvagem. Talvez ter uma alma seja algo parecido. Me vejo como Kirimurê, a ave que voa sem parar para chegar ao seu destino.

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Comecei a ter alguns problemas com Abril… Como já havia dito, ela foi ameaçada pelo Capa Azul para logo em seguida lhe prestar toda a assistência. Vai entender… Porém, o que veio depois me foi mais surpreendente. Ela e Doni se juntaram para entregar uma carta para a Deusa Amaterasu deles. Uma carta. Pra uma Deusa. Uma carta inteira. Se a carta fosse para ela, que Amaterasu viesse buscar na Fronteira! Em um ímpeto interrompi o ritual perguntando para Abril de onde vinha aquela ideia absurda! Eu prefiro não falar mais sobre essa injustiça.

Abril olhava Iparunu nos olhos clamando por um voto de confiança. “Só me dê um motivo, por favor, Abril, me dê um motivo!!”. Justamente essa confiança que deveria ser motivo suficiente. Quanto mais tempo Iparunu bloqueava com a mão o fluxo de energia notava-se o afastamento da Deusa Amaterasu. A tensão paralisava a respiração, o ar, e até o tempo, mas também o ritual que então foi fadado ao fracasso. Iparunu respira momentaneamente aliviada quando Abril, a pacifista, desfere um golpe no rosto da sereia. “Era para cumprir meu acordo e também era pela sua irmã, sua egoísta!”. Carregada pelo peso das palavras de quem era até ali sua grande aliada ela tenta desaparecer. Recolhe-se a sua própria concha para remoer o orgulho ferido e uma amizade esfaqueda.

Uma forte chuva nos impele ao movimento, somos impulsionados a buscar refúgio em uma construção antiga. Estou confusa pelos sons e luzes da tempestade de uma forma que nunca tinha passado antes. Sinto os rios revoltos que só não me levam por uma proeza (quem sabe de volta ao Azul Profundo), o frio na pele, outra pele, outras mãos, o misto de sensação entre o terror do desconhecido, a morte na próxima curva, e a entrega e o conforto das águas. As dificuldades para encontrar um abrigo me distraem momentaneamente mas passo o resto do tempo odiando Abril. E embora planeje mil formas de agir contra ela tudo o que eu consigo fazer é evitá-la.
Isso me consome e faz todo o resto passar em uma segunda corrente. A abertura de uma porta para a biblioteca de livros em branco de Nicodemos, uma visita sem sentido ao véu, Doni tentando me ensinar a compreender as pessoas, um tesouro encontrado… E as tentações da alma.

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Foi Contra Mestre que trouxe essa última. Muitas soluções para me buscar uma alma que incluía de forma confusa Ariel e eu nos tornarmos a mesma pessoa ou o Rio dos Mortos. Enquanto eu imaginava Abril no rio dos Mortos. Sobrepus meu desejo mais íntimo para entrar em conflito com ela mais uma vez.
Abril fala para mim, que fui diretamente contra as ordens da Minha Senhora, sobre a importância de manter um acordo que não beneficia ninguém a não ser quem já tem seu poderio construído. Para alguém que fez ela se sentir mal, isolada, presa em sua própria essência, sem poder se expor, sem se revelar.  Ela tem que cumprir um acordo com quem a trancafia e a impede de ser ela mesma. E ela fala isso para mim, Sereia!! Ter superestimado ela, terrastreana, talvez tenha sido a razão do meu enorme desapontamento.

Achei que nunca pudesse entender, apesar do esforço de Donni para perceber que as motivações dela podem ser bem diferentes das minhas. Confesso que não sei se entendi realmente. Assisti o rompimento de seu lacre mágico conduzido pela Sacerdotisa e é possível que essa tenha sido sua demonstração de revolta. Aos poucos minhas próprias águas foram se acalmando, conforme a tempestade passava. Até que finalmente nos abraçamos de novo.
Ariel faria isso, não? Espumas me levem.

Mas não foi só isso. O pior estava por vir. Um mago que havia nadado pela Fronteira anteriormente tinha um papel maior do que se imaginava. Foi Carcará que revelou uma carta com muitas histórias. Falava sobre uma luta de um grupo contra Zafir, o mago de sangue, e a construção de âncoras que destruiriam uma cidade. O, agora sabido, Lich Zafir era uma poça de sangue aonde estávamos e precisava ser destruído.

O ímpeto leva a mim, Safira, Abril, Araglás (que não é Araglás) Mapeiro e Contra Mestre a mergulhar no sangue e lutar incansavelmente contra ele e o corpo dominado de Araglás (que não era Araglás). As pessoas caem uma a uma e por um desvio estratégico e heróico de um golpe que teria me levado da existência me vejo como a última sobrevivente do embate. Sem ter para onde ir, a quem gritar, ou o que fazer, me lanço num último raio de esperança de terminar com aquele mago cruel.
Depois disso lembro de acordar em meio a dor nas mão da cura da Sacerdotisa. E o cardume se preparando para mais um confronto com Zafir. Eu não tinha mais condições de nenhum enfrentamento e já havia sido um milagre estar viva. Ao ouvir meus pensamentos Nola se aproxima com a resposta para eles. Ela trás uma promessa de que ao rezar para o Uno eu estaria pronta mais uma vez. Uno, o mesmo que eu sei que está atacando o Azul Profundo? Que tipo de Deus Peixe-sapo é esse? Infelizmente, ele parece que tem o que eu preciso para agora e foi assim que me recuperei mais rápido e nos preparamos para destruir Zafir, seus golens, sua Filacteria e suas âncoras.

Ao final de tantas coisas, um livro apareceu. O Livro do Culto do Dragão.

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