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Caixa Vermelha - O poço das almas

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Mensagem por Vermelho Ter Set 26, 2017 4:20 pm

...O som de uma gota intermitente ecoa pela sala. As paredes infinitas podem ser sentidas próximas, apesar de não vistas. O liquido vermelho escorre lentamente debaixo de nossos pés. E aqui, numa Caixa Vermelha no sonhar, estamos nós. Eu e Você, Shanatus e Zafir.

_ Zafir, meu irmão. Agora você lembra de mim? Achei que você reconheceria nosso Laço, meu espírito e meu sangue. Usei toda a Proesa de minha Presença, usei água do Rio de Meu Nome, que se faz meu sangue, para resgatar sua alma dos braços de Remorso, o Obscuro. Mas foi em vão. Sua alma parece já perdida, assim como suas memórias consumidas pela dor.
Você não se lembra não é? Eramos os discípulos prodígios do Mestre, os três eleitos de Mestre Serafim.  Sim, nós eramos os três  Gran Artistas, do Templo das Musas. Adriel, Shanatus e Zafir.
Adriel, o Gênio da Carne, capaz de moldar e corrigir deformidades, de criar e moldar formas, extirpando anomalias e incapacidades.
Zafir, o Gênio do Sangue, capaz de aprimorar as condições da vitae, de banir doenças e prolongar a vida.
Shanatus, o Gênio do Espirito, capaz de tocar almas, acalentar tormentos e ver aqueles que estão além da visão.

Sim, meu caro, nós eramos, a mostra do que de melhor havia em Utopia. Mas nós provamos também o que havia de pior. Nossas superfícies luminosas foram o lar perfeito para sombras escuras. Sim você não se lembra?
Foi a arrogância de Adriel que nos motivou a buscar conhecimentos obscuros, mesmo com os avisos do Mestre, mesmo tendo que nós esconder daquele que nos acolheu e guiou. No inicio era excitante, desbravadores quase rebeldes do inimaginado. Quando os deuses começaram a conter o fluxo de migrantes para o Utopia, Adriel nos convenceu de que devíamos nos tornar mais fortes para proteger os povos. Quando a Fronteira foi levantada e as rotas começaram a ser perigosas, nos convencemos que devíamos ser poderosos e combativos para confrontar os deuses. E quando Adriel propôs seus pactos com as forças Esquecidas para proteger a cidade, nós nos cegamos. Eu pelo meu amor ao Mestre, acreditando que a melhor maneira de proteger a Ele e seu legado, era ser um valoroso,disposto a sacrificar a mim mesmo. Você, o mais amoroso de nós, caridoso com nosso povo, disposto a se sacrificar para protegê-los. E cegos, deixamos Adriel nos convencer de que matar o mensageiro, Gabriel, era a única forma de mostrar força e repelir nosso opositores.Aí nós caímos.
Sim, sei que você no fundo de sua sombra se lembra, foi nossa arrogância e prepotência que deu aos Deuses sua justificativa. Com a execução do Arauto, não restou outra escolha,livres do medo do Pai interferir, ordenaram o Ataque.
Sim, foi diante de nós que o Massacre começou. Foi diante de nós que Miguel, A Espada dos Deuses, atravessou nosso Mestre. E foi diante de sua calma e bondade, diante de seu olhar de perdão, diante de seu gesto de paz e entrega, que nós caímos. E foi diante do corpo obliterado de meu Amado e Amante Mestre, diante dos escárnios do Corrupto Adriel, afirmando a fraqueza e a tolice de nosso Mestre, afirmando que os rumos de Utopia não podia continuar nas mãos de tamanha mediocridade, que nós caímos.
Eu cai de joelhos. E em lagrimas amaldiçoei a mim mesmo, aos deuses e a Adriel. Meus olhos outrora prateados, se tornam negros como a mais profunda escuridão. E tão clara quanto a luz de meu Amor, foi escura a sombra de minha solidão. Sombra que emergiu negra e fria, me abraçando por completo, o Abraço dos Afogados.
Você caiu catatônico e até hoje posso escutar o som de sua alma se partindo e seu coração paralisado para sempre pelo Remorso. Seu sangue que outrora corria vibrante, agora se tornou uma poça pestilenta, um poço sem fundo  para esconder nas profundezas de sua sombra seu pecado, para esconder sua culpa de si mesmo. Ao mesmo tempo Loucura e Fome.
Por isso, sua fome de trazer Utopia de volta, nada mais é, que sua forma distorcida de reparar seu próprio pecado, uma forma sombria e vil de trazer a todos a culpa e a dor que você esconde de si mesmo.

Sim, meu caro, fomos nós que abrimos as portas para o fim de Utopia. Fomos nós em nossa arrogância bondosa, em nossa cegueira bem intencionada, que trouxemos a Distopia tão desejada e calculada por nossos algozes.
Eu vaguei por séculos atrás de Adriel, seguindo minha fome, meu juramento: Vingança.
Eu nos vinguei.E agora estou aqui, para trazer a você a Paz que você precisa. De um jeito ou de outro.
E então irmão, o que me diz?

Vermelho

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